Apesar do crescimento do mercado de VJing, ainda são poucas as pessoas que compreendem o trabalho de um VJ. Algumas delas, por associação direta com o termo DJ, imaginam ele como um “DJ de videoclipes”. Longe de querer desmerecer, mas esse tipo de profissional é chamado de DVJ.

Podemos pensar no DJ e no VJ como dois extremos da cultura do remix. O primeiro mistura apenas áudio, o segundo mistura apenas imagem. O DJ que decide caminhar um pouco para o “outro lado” se torna um DVJ. O DVJ nada mais é que um DJ que adiciona visuais em seu fluxo de trabalho. Toda a técnica envolvida em sua apresentação continua centrada na música. Para cada faixa de áudio existe uma faixa de vídeo previamente ancorada, o que chamamos de videoclipe.

how-to-dvj

Vale ressaltar que um DVJ é muito mais um DJ do que um VJ. Para termos, em um único indivíduo, o mesmo resultado que um trabalho conjunto entre DJ e VJ, teríamos que apontar para uma quarta figura nessa equação: o performer audiovisual, que apresenta o tão falado Live A/V. Mas isso é tema para outro post! A parte prática desse aprendizado é saber que:

1- O DVJ é ideal para atuar como DJ de videoclipes
2- Em ambientes com saída de vídeo (projetor, painel de LED ou TV)
3- Com equipamentos adequados para DVJing

Esse terceiro ponto é curioso, pois muitos VJs confundem equipamentos de DVJing com equipamentos de VJing. No mercado de hardwares, a única marca que apostou no formato foi a Pioneer, com o mixer audiovisual Sum-1000 e os players de DVD DVJ-X1 e DVJ-1000. O alto custo desses equipamentos (dois players US$4998 + mixer US$6999), somado a baixa procura (poucas situações que justificavam esse investimento), levou à estagnação dessa linha de produtos.

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É nos softwares que a coisa continuou evoluindo. Para os DJs que usam Serato, temos um plugin oficial que adiciona recursos de vídeo ao programa, ou o elaborado MixEmergency (que também trabalha com a ferramenta Scratch Live). O Virtual DJ e o Cross 3 possuem ferramentas que seguem o mesmo raciocínio. Temos para iOS o aplicativo vjay, da mesma empresa que desenvolveu o famoso djay.

cross3

Em todos esses casos, software ou hardware, os comandos de áudio e vídeo são interligados. Acelerar a música significa acelerar seu respectivo vídeo, e assim por diante. Isso vale para efeitos, transições, cue points, etc. Mas e o Traktor? Apesar de ser considerado o mais avançado software de DJing da atualidade, a Native Instruments já disse que não pretende dar suporte a mixagem de videoclipes.

Existem VJs que são DVJs, DVJs que são VJs, DJs que são VJs, etc. A questão não é discriminar os profissionais, mas sim esclarecer dúvidas que acabam por confundir o mercado. É muito divertido assistir a apresentação de um DVJ, e espero que a partir desse post muitos contratantes possam vislumbrar a possibilidade de inseri-los em seus eventos.