Arturia Drumbrute! Arturia é uma marca francesa desenvolvedora de plugins, famosa por sua sua coleção V Collection V, onde você pode encontrar emulações dos principais Synth dos anos 80, como Minimoog, Prophet 5, Jupiter 8, entre outros.
Há alguns anos vem se destacando também por oferecer a linha BRUTE (Microbrute, Minibrute e mais tarde o fantástico, e enorme, Matrixbrute). Synths equipados com um filtro Steiner-Parker, alimentados pela distorção que dá nome aos modelos citados, o Brute Factor.
Agora Arturia dá um passo além, e entra no mercado das Drum boxes (caixas de ritmo). A empresa já tinha criado o Spark, Software dedicado com uma Controladora, nas versões normal ou LE.
A proposta é bem simples, 17 sons analógicos, com parâmetros de edição por cada som, a partir de numerosos knobs.
Toda a edição se faz no painel frontal, sem adição de menus, ou caminhos secundários. Isso converte a Drumbrute a um aparelho puramente orientado a LIVE, já que podemos ter os controles em nossas mãos com o mínimo de esforço.
Para quem conhece alguns produtos da Arturia, como o Beatstep ou o irmão maior o Beatstep Pro, o sequenciador do Drumbrute não será nenhum mistério, já que tem as mesmas funções de edição de Steps, Patterns e Banks. Também podemos achar no DrumBrute o modo SONG, para reproduzir sequencialmente até 16 Patterns, para a posterior gravação dos mesmo, no nosso DAW, por exemplo.
Drumbrute tem uma estética similar que o resto da família BRUTE. Tem um visual clássico apaixonante.
O curioso é que no Drumbrute não acham em lugar nenhum o famoso BRUTE, já que o filtro incorporado continua sendo o mesmo, mas não temos disponível a distorção famosa que tanto gostamos nos Synths da família.
Os 17 sons estão divididos em uma coleção de 12 seções, já que alguns compartilham os Knobs de edição e a saída (output individual). Sim, saídas, DrumBrute oferece uma saída Master e nada menos que 12 saídas individuais, para exportar as peças de forma independente, para posterior edição, por exemplo no nosso DAW favorito.
Nas peças que compartilham essas saídas e parâmetros de edição, ajustaremos conjuntamente os dois sons, sem independência nesse sentido de cada peça.
Bom, e como é que soa DrumBrute? O que esperar desse aparelho?
Particularmente estou surpreso em ver uma Drum box sair do “padrão” de ter que soar parecido com Roland 808 ou 909, que vem sendo “padrão“ durante muito tempo. Nada contra, ao contrário, o som dessas citadas me faz sentir emoção, nostalgia e até felicidade, mas, por que não ter algo diferente? Essa é a proposta com DrumBrute.
Aqui é onde a Arturia tem acertado na minha opinião (claro que cada um tem seus gostos e preferencias).
Arturia DrumBrute tem 2 tipos diferentes de KICK. Um mais duro, mais editável, com parâmetros como Pitch, Decay, impacto ou o Sweep, ou envelope de Pitch. O segundo Kick é mais “Surdo “, lembra mais ao Kick da 808, mais Sub, para acompanhar o KICK 1, e criar uma gama quase perfeita de Kicks para usar.
O Snare é brilhante e tem os parâmetros de Tone (para ajustar o timbre da membrana), assim como o conhecido SNAP, para controlar o ruído a traves da Tone, Decay e o Level do mesmo.
O Clap é bem mais simples na edição, e poderemos criar desde sons mais dark até Claps bem leves e minimalistas.
Arturia DrumBrute tem Rim/Claves, nesse caso só o Tone do Rim e editável.
Os Hats do Arturia DrumBrute são uma maravilha nos meus ouvidos. Cruéis se você quiser, claros e limpos se é o que você procura, mas de qualquer jeito, diferentes a todos os que eu já tenha ouvido em numerosas caixas de ritmo em que tive o prazer de usar e testar. Não duvido que terão muitas pessoas que queiram fugir deles, e outras que assim como eu, acabem amando o som desses metais selvagens, agressivos e na minha opinião super underground. A edição deles está baseada no Pitch e decay. Editar o Hats na DrumBrute é um exercício onde temos que tomar cuidado, ajustar o volume entre o Closed e o Open e vital.
DrumBrute tem 2 Tom, o Hi (alto) e o Low (baixo). Estão compartilhados na mesma saída e edição que as congas, com a possibilidade de modificar o Pitch, nos dois casos.
É aqui onde DrumBrute brilha mais. Tom profundo, redondo para o ouvido, e congas mais que aceitáveis. Para ser sincero, teria gostado de um pouco mais de edição nos Tom, mas não se pode ter tudo!
O resto dos sons esta dividido em Cymbal/Rev Cymbal (sim, Cymbal Reverse) perfeito para essas voltas rítmicas, Maracas/ Tambourine, pessoalmente acho muito bem vindas, e por último, o Zap, super versátil, com controle de Pitch e Decay.
17 Sons completamente analógicos, com uma personalidade própria, alguns mais editáveis que outros, mas todos eles muito úteis na criação de qualquer estilo de musica eletrônica moderna.
Onde mais tem me chamado a atenção o DrumBrute e nas conexões: 12 saídas independentes + 1 saídas Master (aqui é onde está presente o filtro Steiner-Parker, modo LPF ou HPL). A saída Master é Mono, se quiser colocar os elementos no panorama estéreo terá que ter um mixer externo.
E com o uso de um mixer externo o DrumBrute brilha mais, pois poderemos usar todo o seu potencial, colocar sons de um lado, aplicar efeitos independentemente ou gravar o que estamos fazendo para depois transportar isso ao nosso DAW. (Behringer 1604 Fx ou Soundcraft Signature 12/22 Mtk, podem bem dar conta do recado)
As opções de Sincronização do DrumBrute não são poucas: MIDI (DIN ou USB). Clock, Pulso por passo, DIN24, DIN48, colocando aparelho na possibilidade de sincronizar com qualquer entorno MIDI ou analógicos. As conexões MIDI in e MIDI out, podem ser usadas como pontes de dados, conectando Drumbrute a um computador.
Através dessa conexão ao computador unimos DrumBrute com o Software de edição da marca, o já conhecido MIDI Control Center. Desde aqui podemos criar Patterns, salvar nosso trabalho ou editar parâmetros muito importantes na máquina, como sincronização externa ou interna, níveis de Velocity nos golpes acentuados ou o uso do Modo Roler/Looper
O sequenciamento do Arturia DrumBrute é maravilhoso, intuitivo, dinâmico e divertidíssimo. A curva de aprendizado não é muito alta, o que leva a poder criar coisas bem legais desde o início do uso do aparelho.
Quem conhece o Beatstep vai se sentir em casa, quem não conhece, vai achar um sequenciador de Patterns ao uso clássico. Edição de Steps, Patterns e 4 Banks, de 16 Patterns cada um. Cada Pattenrs pode ter até um total de 64 passos.
O mais interessante é que temos Swing global ou por peça, e também temos Random global e por peças, para os mais atrevidos.
Uma função que tem me chamado a atenção é o fato de poder adiantar ou atrasar um pouco (%) cada golpe, o que cria realmente uma sensação rítmica super realista, e ajuda a criar sequências rítmicas nos elementos onde o solapamento pode ser alto, como Hats ou Tom.
Arturia DrumBrute oferece o conhecido Roler/Looper, que já está disponível faz tempo na bateria virtual Spark, da marca, e que oferece tanto Looping como a possibilidade de inserir casos em diferentes valores de quantização, quando estamos no modo Record.
A forma em que inserimos casos é bem simples, ou faremos tocando os Pads, sensíveis a velocity, ou usamos o sequenciador por passos.
A construção do aparelho é enorme, grande, com espaço para operar os parâmetros, mas não é pesada, parece mais do que realmente é, o que eu acho um ponto a favor, já que está orientada claramente para o uso no palco.
Se você está procurando inspiração nas baterias, um sequenciador matador, e junto com esse Pack golpes de bateria puramente analógicos, com saídas independentes, DrumBrute merece sua atenção, verifique se atende suas necessidades, pois não é o “típico” equipamemto de bateria ou o sampler de percussão.
Se com isso você ainda sente curiosidade, DrumBrute irá te surpreender. Quanto ao preço, é melhor nem falar, vai que Arturia fica sabendo o que achamos e aumente o valor!? 🙂
Arturia Drumbrute
9/10
Qualidade de Som: 10/10
Edição do som: 8/10
Versatilidade: 8/10
Preço: 10/10
Construção: 10/10
Conectividade: 10/10Já viu os novos pacotes de PLUGINS ARTURIA?